PARTE DE MIM....

PARTE DE MIM....
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terça-feira, 27 de agosto de 2013


Sonho através de um postigo
a calmaria da tarde cinzenta
transporta o pensamento,

nada importa,
nada se espera,
nada faz sentido,
mas.... ao mesmo tempo
tudo parece ficar translúcido,

as fragilidades afloram a pele
e...
o cheiro a mar faz-me sonhar,
enquanto passo a mão pelo cabelo crespo,
sonho...

sonho contigo, com o luar,
sonho, porque é preciso sonhar...

recordo a vida que já vivi,

sonho com aquela que não tive,

sonho em cada luar,
a cada compasso,
sonho em contratempo,

e na leveza dos meus sonhos

sonho enquanto invento....

Ana Bárbara
2013/28/27
( Imagem retirada da net)



Não sei quem me amou

às vezes forço a lembrança...

lembro os lábios que me beijavam.
as carícias sem fim.
lembro aquele ombro
os braços que me cercavam
até ser dia
e...lembro-me sempre com alegria,

mas....quem me amou!
Quem eu amei!

Por muito que queira...não sei!

Talvez fosse apenas paixão...

já não me lembro, nem tão pouco sei!

Foram abraços e amassos
foram beijos quentes,
fogo, envolvência,
alegria de quem vive
arrepios de saudade....

paro o pensamento
porque me entristece a lembrança...

nos olhos baila uma humidade!

meu Deus! Quanta saudade!

As narinas contraem-se,
permanecendo o cheiro a madressilva,
enquanto o fresco das madrugadas me rega a pele
deixando aquele cheiro a mel....

só...sentada ao luar
espreito o céu...
os olhos matam a saudade
o corpo estreita-se na noite
e a garganta entorpece
sôfrega...só...sem som

lá no fundo...bem no fundo
espreita a desilusão
de quem um dia amou
e sim...com paixão!
Ana Bárbara
2013/08/27
(imagem retirada da net)


segunda-feira, 26 de agosto de 2013


Tenho saudades de mim

enquanto passo a mão pela face
sinto o escorregar quente da saudade,
saudade da lembrança,
saudade do sorriso limpo,
da gargalhada sem medo...

sinto saudades dos segredos...

saudade daquela mão que me afagava o rosto....

e ...nos silêncios da noite
sinto saudade do corpo,
do fogo...da paixão...

o tempo passou
e com ele levou a frescura de outrora,

migalhas, sobras, restos é tudo o que ficou....

agora...contemplo a sua passagem
numa espera sem cor, sem aparência,
é, como que me tivesse sido arrancado do peito
a alegria de viver....

e...estranhamente o coração bate!
Como se chamasse por mim, numa espera sem fim!

Ana Bárbara
2013/08/26
(imagem retirada da net)