PARTE DE MIM....

PARTE DE MIM....
(Reprodução proibida sem autorização do autor. Todos os direitos reservados.)

terça-feira, 30 de outubro de 2012



É curioso,
não sei se estou só de mim
ou se estarei tão só
que me perdi dentro do estar,

sim...tem dias que falo só,
tem outros dias
que...falo..falo..
mas ninguém ouve,
torna-se chato falar assim,
fico longe,
mesmo quando sorrio
tentando perceber
porque as gentes são assim,

sinto-me confusa
neste mundo a que pertenço,
uma inquietude que me cansa,
que permanece em mim
devorando-me a razão,
às vezes visto-me de colcheias,
sonho com as luas cheias
para não morrer no vazio das noites...

mas tudo fica para lá de mim,
as ruas esvaziam-se,
as gentes ficam frias,
é como se o meu coração
deixasse de bater
num cerzir de ilusão,

é curioso,
aquilo que a gente sente,
é um cansaço
de não me sentir
nem cá, nem lá,
é um entortar de visão,
é um querer e não querer
é todos os dias arranjar
uma desculpa para viver,

sinto falta de mim,
sinto falta de me encostar
naquela sombra,
de rebolar na terra molhada,
sinto falta do cheiro do mar
sinto falta de enfileirar as palavras
soletrando cada ditongo
numa premissa sem fim,
sinto falta....que a vida tome
conta de mim...
by me ANA BÁRBARA
2012/10/30
(imagem retirada da net)

domingo, 28 de outubro de 2012




Penso em ti
nas manhãs de domingo,
quando me deito,
quando aperta o frio
e o meu corpo não se estreita
no teu,

penso em ti,
na escuridão das quatro paredes,
quando o meu sorriso não saí,
quando a face se molha
humedecendo os lábios
que outrora eram beijados,

penso em ti....penso em mim...
gosto de retroceder a memória,
não com saudosismo
mas porque me fazes falta,
nos dias, nas noites, nas conversas
até ao alvorecer...

e neste passar de tempo
peço à solidão que me ampare,
com ela comungo os meus sonhos
abrindo-lhe as janelas de par em par,

talvez um dia...quem sabe
voltes a sorrir para mim,
talvez um dia volte a ouvir
o teu gargalhar.....
talvez quem sabe …
no teu colo me possa voltar a enroscar!
By me ANA BÁRBARA
2012/10/28
(imagem retirada da net)

sábado, 27 de outubro de 2012




O que os meus olhos sentem
ou o que o meu coração vê
do espaço da minha janela,
são fitas que correm,
amores que passam,
sonhos que morrem
dentro da mesma vidraça,

o sorriso apaga-se,
a tez torna-se pálida
deixando-se de sentir,
já não existe espaço
para o coração bater
com a mesma emoção,
sobrevive neste correr
dentro da sua ilusão,

trago guardado no mesmo espaço,
os rostos, as fantasias, as alegrias,
as tristezas, a morte e a vida
tudo gira como um carrossel,
de dia sonho o arco íris,
de noite as incertezas
torturam-me num paladar agridoce,

desrespeito-me
negando as amarguras
que me violam o olhar
num suplicar incessante,
nada faz sentido,
neste mundo tresloucado
onde me sinto perdida
numa maldição de alma,

abro as vidraças,
o vento solta-me o cabelo
ao mesmo tempo que me fustiga a face,
preciso sentir que estou viva,
preciso de me encontrar,
preciso acima de tudo
de não perder a vontade
de saber e poder AMAR.
BY me ANA BÁRBARA
2012/10/27
(imagem retirada da net)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012




Mata-me esta saudade que tenho de ti
mata-me o desejo que borbulha na pele
toma-me em teus braços
beija-me como se fosse mel,

nas noites húmidas e frias
deita-te no meu regaço
despindo-me o sexo
e antes que o corpo adormeça
deixa-me cobrir-te de prazer,

enamora as fraquezas
e invade com ousadia
o meu ninho até ser dia....

by me ANA BÁRBARA
2012/10/25
(imagem retirada da net)



REFÚGIOS


Deixa-me acariciar-te a alma
não fujas,
não deixes espaços entre nós,
deixa-me tocar o teu corpo
saboreando cada poro,
e, quando nos despirmos
esculpiremos toda a nossa vontade,

deixa acontecer...deixa tornar-se realidade!

A tua dor será a minha,
e juntos encontraremos o brilho
das estrelas, a lua,
e a saudade deixará de ser tão nua,
serão momentos nossos,
sensações de prazer,
pele na pele,
deixa-me beijar-te de mansinho
formando novelos de carinho,

quando a ausência se fizer sentir,
deixa-me sequestrar o teu coração,
meu mundo se tornará teu,
e o teu viverá por momentos
dentro do meu,
quando o desejo apertar
deixa a imaginação te acariciar,
e...
sem pressa, sem regras,
na quietude de nossos lábios
vamos deixar simplesmente
o amor entrar...
by me ANA BÁRBARA
2012/10/25
(imagem da net)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012



Espaços

anotei na memória
tudo o que foste para mim,
tudo aquilo que eu sonhei,
a cor dos cabelos,
os dias que sorrimos,
aqueles que bem juntinhos
também chorámos,

anotei o primeiro beijo,
aquele dia em que percorreste
o meu corpo
em leito de caruma,
tendo por companhia
o doce correr da água límpida,

anotei o ruborizar das faces,
a doce sensação de viver
com a esperança de tudo vencer,

os desvarios, os sonhos
que em forma de prece
deslizavam como um rosário,

anotei as juras,
as distâncias,
anotei cada abraço
como se fosse o último,
sem explicações,
bebemos cada momento,
fomos pecado, fogo,
fomos ternura,
esconderijos de carícias,

e hoje neste meu envelhecer
sem dramas, ou ressentimentos
reparto cada momento
num elixir de vivências...
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By me ANA BÁRBARA
2012/10/24

(foto de Igor Amelkovich retirada da net)

domingo, 21 de outubro de 2012



Pensamento refeito

neste mundo obsoleto em que vivo
a espontaneidade transforma-se
em verdade,
vestindo-se de utopias
num mundo de mentes vazias,

audazes
confrontam-se entre quatro paredes de solidão
onde não se prevê o malogrado perdão,
sem forma, cristaliza-se,
move-se num hábito de ritual...

tudo se faz
com ou sem mal...

invade-me uma onda de tristeza...

deambulo entre o bem e o mal,
sem veemência entrego o meu
corpo num ritual frenético
sem vivência...
apenas troco o que é formal
por inconFIDÊNcias de um mundo
anormal,
uns tantos teimam
em fazer dele um mundo melhor
e normal....
sabendo que nada sei,
apenas serei marioneta de outros tantos
iluminados,
nesta estrada de intelectuais
que se apelidam de seres muito normais....

traiçoeira esta verdade que morre antes
da puberdade...quando chega a adulto
mais parece um vulto, saltitando
sem eira nem beira neste mundo
atrevidamente...E TÃO SÓ... prostituto...

by me Ana Bárbara
2012/10/21
(imagem retirada da net)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012



Rebolo o olhar
por ali,
por aqui,
acolá,
enquanto o pensamento
te imagina,
vou deixando o corpo
escorregar,
às vezes assomo-o
no velho espelho,
fugindo de o olhar,

talvez te procure,
neste faz de conta,

não sei!

Já tentei perguntar-te,
mas, não te encontrei,
só mesmo, eu, o espelho,
e as malditas horas,
companheiras fiéis
que nunca me abandonam,

às vezes assomo o olhar,
e, delicadamente afago-te
enquanto sacio esta minha vontade,
adentro-a em forma de esperança,
os meus dedos moldam o teu rosto,
numa espécie de valsa sem compasso
dispo-te,
deixando que a imaginação
invada cada recanto,
enquanto a respiração ofegante
nos enamora....
by me ANA BÁRBARA
2012/10/19
(imagem retirada da Net)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012



CONTRASTES 

Contrasta a emoção que sinto
com a razão,
a emoção faz com que as minhas pequenas janelas
transbordem,
a razão elabora-me o olhar,
deixando-as ressequidas,
são duas almas,
dois sentires,
é um querer, uma ânsia,
é um talvez
que transborda de inocência,
sou várias vidas,
numa vida incompleta
sou aquela que apontam o dedo,
sou a outra que se esconde
com medo
sou eu,
sou ela,
sou parte de mim
quando se expõe sem falsidades,
sou metades,
na realidade
nem sei quem sou,
procuro-me no reflexo do dia,
num perpetuar de imagens
quase em oração,
não quero que morram,
não quero esquece-las,
mas também não quero
sentir o seu chicotear,
mas...
gosto quando os seus contornos
me envolvem,
é como se adivinhassem
os meus pensamentos,
num saborear eterno
de...
contrastes ,cores, sabores,
recantos que se espartilham
no meu sentir,
num desembarcar de emoções,
são muitas as vezes que dói
o verbo amar,
mas mesmo assim
não desisto de mim
quando penso em nós...
By me ANA BÁRBARA
2012/10/18
(Imagem retirada da net)

sábado, 13 de outubro de 2012




Gosto de amar,
gosto que me amem,
mas não quero um amor
qualquer,

quero senti-lo escorrer
no meu corpo,
quero bebe-lo,
não quero que se entorne
nem por um instante,

quero que seja fresco
nas noites quentes,
quero que seja quente
nos dias frios,
quero que me refresque
os lábios
como a água fresca
da fonte,
que me penetre a alma
e floresça,

quero um amor
descomplicado
simples, sem fado,

quero poder segurar-lhe
o sorriso,
sentir os seus abraços,
quero abraça-lo
até que as horas se cansem
de nós,

e, quando as horas pararem,
quero poder olha-lo,
não como se fosse a última vez,
mas o princípio de uma plenitude
saboreando tudo aquilo
que por amor se fez!
By me Ana Bárbara
2012/10/13
(imagem retirada da net)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012



Pensei,
que fechando os olhos
te voltaria a encontrar,

pensei,
que talvez fosse eu
que não soubera esperar,

pensei,
que quando a noite chegasse
tu voltarias
e sem ironias,
pensei também
que voltaríamos
a nos beijar,

pensei...
na correria dos ponteiros,
e supliquei
para que os silêncios
deixassem de existir,
as esperas
se transformassem,
e na louca correria
dos dias
tu um dia voltarias,

pensei,
as ausências fazem dor
e a dor
transforma-nos,
já não tenho a mesma face,
os olhos deixaram de sorrir,
os lábios,
ficaram mais secos,
a pele enrugou,
...envelheci...

mas por dentro,
ah! por dentro
permite-me que te diga
estou viva, não morri!
By me Ana Bárbara
2012/10/12
(imagem retirada da net)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012



PEDAÇOS...

Atravessei a rua com passos largos,
sem olhar as gentes que por ali passavam,
queria fugir,
queria voar,
queria simplesmente não sentir,
queria despir a dor
que teimava queimar-me o peito,

andei...
percorri a calçada sem destino,
as veias pulsavam,
sentia o olhar morrer
tal como a vontade de viver
desaparecia,

sentei-me na pedra molhada,
nem dei conta que tinha chovido
nesta minha caminhada,
os comboios passavam
de um lado para o outro,
fixei-me nas vidraças
tentando ver os rostos
que se esborrachavam de encontro
ao vidro...
mas...
não conseguia,
apesar de ainda ser dia
o meu olhar estava sem vida,
amparei a face nas mãos
com cheiro a erva molhada
e levantei os olhos para o céu
como que num implorar de clemência,
o dia doeu,
a noite está a ficar húmida
e a vontade de ali ficar
transbordava-me o olhar,

levantei-me,
sem saber que rumo tomar,
por momentos desejei voltar à infância,
para sentir o cheiro da mãe,
aquele abraço quente
mesmo dito sem palavras
mas que tantas vezes
me aquecia o coração...

a face molhou-se
numa mistura salgada e doce...

desci a rua
enquanto o vento me chicoteava
a face....
a fragilidade tinha-se soltado
como suaves tiras de cetim esvoaçando,
o dia estava a terminar,
afinal,
tinha que limpar as tristezas
arregaçar o sorriso
e voltar à dura realidade,
juntar os pedaços
e …
continuar...
by me ANA BÁRBARA
2012/10/11
(imagem retirada da net)

sábado, 6 de outubro de 2012




Já te sonhei de tantas formas,

não passaram de sonhos,
histórias elaboradas
que, com o tempo envelheceram,
ficando apenas o lembrar
das nossas mãos entrelaçadas,

tudo adormeceu,
o olhar,
a dor,
o riso,
o entesar dos seios
que se curvavam nas tuas mãos,
o corpo nu,
o sexo húmido,
os inocentes ais...

aos poucos a memória
vai-se fechando,
adormece,
as desejadas carícias
deixam de ter importância,
as janelas fecham-se,
as luzes apagam-se,
o rosto seca,
o corpo envelhece
e...os sonhos verdadeiros
transformaram-se
em histórias, recantos de saudades
imprecisos...

viver tornou-se frágil,
um isolamento duro
não existindo quase lugar
para o sonho,
as palavras que dantes saíam em forma de flor,
ficaram toscas
murcharam...

já não sei se vivo,
ou se apenas sobrevivo
dentro de um irrealismo curvilíneo
que me consome...
by me ANA BÁRBARA
2012/10/06