PARTE DE MIM....

PARTE DE MIM....
(Reprodução proibida sem autorização do autor. Todos os direitos reservados.)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FIM DE ANO...


(imagem retirada NET)

Final de ano…
Promessas por cumprir,
Beijos por dar,
Abraços por sentir
E abraçar,
Dedos que se encolhem,
Olhos que não espreitam,
Ponteiros…
Horas….
Sentimentos
Demoras…

Espaços frios onde nada é igual,
Todos nos enviam mensagens de
Bom Natal…

Esperas….sorrisos…palavras
Crises…
Miséria…
Guerra….
Delírios de uns tantos
Descompromissos!!!

Avizinha-se um novo ano,
Da vidraça escorre o tempo
Dentro o peito,
Esconde-se o pensamento,
Anciosamente se aguarda
Que tudo mude…que tudo
Se transforme…
Que o homem renasça,

Fim de ano…
Mendigos que espreitam
Sem nada pedirem,
Novos horizontes
Feitos por medida
Mas que nem a todos
Servem…
Embrulhos…desfeitos,
Sonhos…dentro deles
Somos viajantes sem bilhete,
A cobrança é o alimento
De alma….
Para uns se renova,
Para outros…morre
O fato esse…aguarda
Que o corpo mude
A mente se renove
E que o próximo ano
Se deixe abraçar também
Marcas….de um tempo
Mudo….
BY ME ANA

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

....NÃO SEI DIZER...


Não sei dizer…
nem tão pouco sei se hei-de
Pensar….
Pensar sobre tudo o que não fiz,
Sobre tudo o que ainda poderei fazer,
Ou ainda sobre o que pensei e não consegui
Pensar….

Enquanto me deito, espreito as horas,
Os dias que teimam em passar
Debruço-me sobre o olhar,
Dobro o pensamento sorrindo
Afago-o…sentindo…

Não sei….
Apenas rebolo em cada mistério,
Coisas simples ou mesmo sem nexo
Coisas quentes ou frias,
Vidas cheias ou vazias,
Toco os dedos, enquanto enrolo
A garganta que espreita pela porta
Sôfrega, conta-me segredos
Enquanto neste sentir vou esfregando
Os dedos….

Uma e outra vez estico um pouco mais
O pensamento,
Atribuo-lhe forma,
Com ou sem humor …
Como se quisesse acreditar que valeu
A pena!!!
Enquanto isso e num espreguiçar
De tempo revejo o passado
Enquanto o futuro me passa ao lado…

Eu…continuo a acreditar,
Que na vida tudo se pode amar,
Eu…continuo a imaginar,
E, dentro deste pensar
Vou caminhando…
Se é certo ou errado
Não sei dizer….
Apenas sei que estou viva
E continuo a viver….
Será que quero mais saber!!!!

BY ME ANA BÁRBARA

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

...coisas....


...coisas...
Existem muitas coisas nesta vida
Que não se vivem, mas….sentem-se,
Sem se fingir ou mentir
Podemos dizer simplesmente
Vivo dentro deste sentir,

Toda a vida corri atrás dos sonhos,
Toda a vida os sonhos escorreram
Como um rio pela minha vida,
Não soube sentir o que o coração
Falou ou sentiu…
fugi…
Passeei sobre as suas linhas,
Deitei-me, adormeci, acordei
Mas nunca consegui totalmente
Acordar do sonho, mas nem assim
Fingi…

Danço descalça dentro de cada imaginação,
Calcorreio as palavras sem sentido,
Uno os laços quando tento desfolhar
Os abraços não sentidos
Choro…
Penso em cada coisa vivida ou não,
Tento muitas vezes a medo tatear
Brincando com a razão,
Mas tudo não passa de uma ilusão…

Embrulho-me nos pensamentos,
Mas, não finjo ser quem não sou,
Sento-me sobre cada nuvem
Esperando que ela me devolva
As esperanças…
Abraço-as num abraço sentido,
Afagando cada pedaço de dor,
Ficando vezes sem conta
Absorta …
Quase que naufrago numa praia
Sem porto…
Quase que não sinto o meu corpo,
Quase que afundo neste barco
Que há muito apodreceu,
Mas mesmo assim, teimo,
E nunca deixo de ser EU…

e…quando o final de ano
se aproxima….
Tento ficar longe da vista,
Durmo para esquecer,
Esqueço para conseguir viver,
Tentando em cada dia retomar
A vida….mesmo não existindo
Alegria….
Sorrio em cada anoitecer,
Porque entre eu a vida e o sonho
Ainda existe a esperança,
E é nela que deposito a alma
E com muita calma
Assim vou vivendo….
Neste mundo incerto
Que no momento, é unicamente
O que vou tendo por perto…
By me ANA

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

....É Natal lá fora


Sentei-me diante do espelho
descruzando as pernas
olhei-me longamente
não me reconhecendo,

tentei não me julgar,
não fui capaz, a raiva
saltava a cada olhar,

enroscando-me na posição fetal
como tantas vezes o fiz
procurei uma razão
uma forma de atenuar a dor
uma desculpa mais
para poder continuar
a caminhar neste corredor,

voltei a cruzar as pernas
para poder sentir o toque
da carne que com o passar dos anos
vou esquecendo.....

desertifiquei o pensamento
para que não me roubasse
o sorrir, nesta passagem do
tempo....

se a memória não me falha
há muito que deixei para trás
a minha história...hoje vivo
a que a vida me permite
não a que desejei ou sonhei,

vegeto nas deambulações
ficando quase um ser insensível,
por isso amasso a carne
na esperança de não deixar morrer
as sobras...sonho também
por entre castrações de uns e outros
fechando-me neste casulo
de um tempo sem volta
que pernoita a cada dia que passa,

é Natal....com os olhos
ainda mal abertos, noto
que o dia clareou reparando
que afinal o coração
ainda está quente....não por ser
Natal....
mas porque por entre os escombros
a amizade de alguns ainda restou...

é Natal lá fora....é Natal....
by me Ana

sábado, 18 de dezembro de 2010

contigo..


Repousei o corpo, recostei a cabeça
mantive a mente acesa, pensando
em tudo o que queria dizer,
nos momentos que ficaram por acontecer
nos pedaços de alma, corpos desfeitos
que adormeceram na noite,

tudo mudou, das palavras proferidas
nada ficou...impossível esquecer
impossível tentar deixar de olhar e ver
preciso que segures a minha vontade,
que acenes o meu olhar e faças
por momentos o meu sorriso brilhar,

preciso que violes o meu pensamento
que entres dentro do meu ventre
sacudas a minha vontade
preciso que fales a verdade,
preciso que me guies nas fantasias
esmagues cada pensamento
e não deixes calar este meu jeito
de te amar....

e, quando nossas bocas se tocarem,
preciso que me enrosques
nos teus braços fazendo-me rodopiar
para que eu te consiga falar
toda a emoção que sinto,
que escondo dentro do meu coração,
preciso de subir esta montanha
gritando para o universo
toda esta loucura
e....
passeando contigo ao luar
preciso de ter a certeza
de contigo para sempre continuar

by me ANA

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

sentimentos


(imagem da net)

SENTIMENTOS

Fecho os olhos para poder entrar no tempo
agarrar os minutos da vida que se esconde
voltar atrás no tempo....e....sentir,

sentir a brisa do mar bater na face
refrescando a memória que aos poucos
se apaga, contemplo a fraga, deixando
a imaginação deambular nos grãos de areia
que me envolvem os dedos,

sorrio enquanto me escondo
dentro dos pensamentos
que fluem vertiginosamente,
tenho presente o cheiro
que me faz viajar no tempo,
o mesmo que me roubou
a lucidez, querendo apenas
tocar-te pela última vez,

fecho os olhos na esperança
de poder amar com serenidade,
hoje não sei se quero continuar
ou se apenas quero imaginar
o som do mar a bater dentro
do meu peito...enquanto espreito,

espreito ao longe as luzes
que cintilam abrindo-me
o apetite de sentir unicamente
esta paz.....
anoitece dentro do meu peito,

esgravatando as feridas
que ainda sangram....

teimosamente a lua indiferente
dança por entre milhares de
estrelas que me beijam a face,
em silêncio engulo as lágrimas
que escorrem aquecendo
o rosto esfriado pelo escorrer
de mais uma noite....
que a céu aberto abraço
neste terminar de dia....
neste meu cansaço.
By me ana

domingo, 12 de dezembro de 2010

MURMURIOS....NO TEMPO


(IMAGEM DA NET)
MURMURIOS....NO TEMPO

A musica adoça-me o ouvido
enquanto me afaga o sentimento,

sem esforço, lembro de quase tudo
o que resta de tudo
o que passou
as memórias que permanecem
ou teimam
em estar vivas
equilibrando quem sabe
a vida...a minha vida

enquanto a ouço
sinto o paladar do seu falar,
o arrastar da voz,
o olhar,
movimentos expressos
que me queimam a
memória,

o que resta da esperança,
da intensidade, da vivência
dos momentos,

sinto uma certa nostalgia
que se acentua na entrada
de cada noite,
cheira bem, ainda sinto
o seu cheiro, enquanto penso,
o olhar brilha
e penso....
de certeza que valeu a pena
sempre vale a pena,

a música alheia aos meus
pensamentos continua
a varrer-me a memória,
entrando dentro dos meus
afectos...doeu
quando a nota subiu,
tal como na vida
doeu....quando o nosso
amor não resistiu...

o que resta...ou o que restou
então!!!
já que não sei a razão!!!

já não importa ..a música terminou
tal como o tempo da resposta
findou.....nada restou
by me ANA

sábado, 11 de dezembro de 2010

ESTA NOITE


Quero recordar esta noite
mirando o céu, como se
junto a mim estivesses
com toda a sabedoria
amor e paixão,

não quero dosear o pensamento
nem falar do passado ou do presente,
não quero sentir saudade,
nem tão pouco quero
visitar a nostalgia
apenas quero estar presente
nesta noite, onde o vento não sopra
as estrelas não dançam
e o teu olhar à muito perdi,

quero sentir a magia da maresia
o barulho do mar
o enrolar da onda,
quero sentar-me junto a ti
visitar-te, contar-te todos
os meus segredos,

dizer-te com toda a ternura
e mansidão, deixando falar
a voz da razão,
e nesta calmaria deixar
o sorriso mais uma vez entrar,
sendo a história e a alegria
de um simples viver,
abrindo de par em par
as janelas do meu coração,

é hora de espantar todos os
meus medos, segredos
que me acompanham
entregar este viver
nas mãos do mundo
para poder regar as esperanças
fazendo florescer
novas bonanças...

quero sentir-me amada
sem ser julgada,
voltar a viver podendo
dizer em voz bem alta
que novos sonhos estou a percorrer....
abrindo a criança que existe
em mim,
quero ver reflectido nesse teu olhar
o desejo de comigo pernoitar
vendo o mundo girar
entregando sem temor
todo o meu amor...
e na hora da partida
quero adormecer no teu
regaço inventado, dentro
desta simples ilusão, dizendo-te

boa noite meu amor....

by me ANA

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

hoje...apetece-me


HOJE APETECE-ME

Hoje apetece-me parar no tempo
ouvir o rugir do vento
não deixando o sonho entrar
simplesmente deixando a saudade
falar....

hoje apetece-me seguir em frente
rodopiar com o vento
arregaçar as mangas e apenas
sentir....sentindo....

hoje apetece-me erguer a voz
retraçar cada certeza,
sem me preocupar com a tristeza
esperar que aconteça
que a força me vença
que a chuva também caia
e o destino me distraía,

hoje....hoje apetece-me
seguir de mãos dadas com o tempo,
alinhavar a imaginação
estender-me na cama
sem tempo,
fazendo a memória rolar
saboreando o verdadeiro prazer
do sabor dos beijos,

hoje apetece-me
tocar a coragem,
virar a página,
seguir o trilho
marcar o encontro,
e se pudesse
sentar-te-ia nos meus joelhos
alisava-te o olhar
e com pequenos tragos
amar-te-ia
até ser dia......

ah!!! se hoje.....se eu pudesse....!!!
By me Ana

Luzes


Collection of Artistic Female Body Paintings

Luzes

deito a cabeça no travesseiro
carregado de plumas, sensível
ao meu desespero, recantos
escuros de alma, luzes, raios
suspiros que me sustêm por
um fio a vida que a vida me deu....

luzes

que meus olhos não veem
trevas incrustadas no meu eu,
névoas, pedaços de estações
amores, pensamentos, ilusões,

espaços infinitos, paisagens
que não se definem, quereres
onde jamais habitarei,
extensões de intranquilidades
que uns e outros pisam
alheios à dor, gerando
chagas de amor e desamor,

o quente confunde-se,
a explosão dos egos
faz-se sentir, como o brotar
de uma pequena flor,

moro num universo sem ar,
respiro miragens, defeitos
que me desfloram a essência
por entre prantos de indecência,

luzes

excentricidades de maldades,
que uns e outros nos infligem
espaços neutros de pensamentos
que entre aqui ...e...o agora
consomem a quentura de uma
pequenina luz, que perdura
entre cada amanhecer...

sonho entre luzes,
desfaço a vida, conforto
o espírito, bebo a água salobra
da vida que me despe viola
e faz seguir.....
os espaços...a luz que ainda se fazem sentir
sangro....

dentro de um amanhecer de luz,
tranquilidade desejada
miragem de realidade que me faz
viver.....dentro da tão esperada
LUZ

by me ANA
2010-12-09

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A dor do silêncio


A dor do silêncio

morde o silêncio
na falta das palavras
na ventania esperada
onde se espera e ninguém
diz nada,
a vida em pequenos espasmos
corta os ramos
deixando a mudez à toa
rema-se contra a maré
onde a voz do silêncio
bate o pé,

é duro vence-lo
e duro convencermo-nos
que o silêncio é companhia
quando esgotados
nos deixamos vencer
no dia a dia

silêncios,
viver de vontades alheias
favores de palavras
emoções que não se conseguem
calar, vivem-se
fazendo os tambores
arrufar,

silêncios mortos
que encaixam na noite
tendo o dia por companhia
sólidos ruídos
que desesperam quem espera

afinal, tudo não passa
de um mofar de emoções
em que todos queremos
sentir a voz quente
do coração alheio
onde pela calada da noite
espreitam os silêncios
devolvendo quase sem darmos
por isso o sono
que na sua inocência
se transforma em silêncio
dentro dos nossos corações

silêncios de alma....apenas
by ME ANA

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

LIBERTINAGENS...


LIBERTINAGENS...

Recosto-me na cadeira
ligo o rádio e penso,
penso sem pensar
nas coisas que a vida me deu
naquelas que vivi
e ainda das partes em que
vivendo sofri....

um pouco de mim,
um pouco da devassidão
que a minha solidão
me roubou,
um pouco dos sonhos
das libertinagens
que transcende qualquer mente,
insanidades de alma
que em leves tragos
vou saboreando
ao mesmo tempo que pinto
a pequena tela que faz dela
a minha companhia,

faminta dentro de um corpo pagão
aquele que tantas vezes serviu de colchão
em noites de luar,
sem exceder qualquer preconceito
também abriu o peito de par em par...

paraíso artificial, este caminhar
doentio, qual pantanal
ou pássaro ferido,
quando num piscar de olhos
se debateu no abismo do seu eu

afinal também sofreu
vivendo seus desamores

ainda hoje sem calma
dedilha cada nota, cada letra
bebe os tragos sobrantes
sonha com a perfeição
de um amor.....
em busca de um paraíso
aquele com que tantas vezes
sonhou....artificial quem sabe

mas dentro do seu corpo
ainda reside a vontade
exaltando a alma intensa
que lhe violenta a saudade
não deixando morrer
a eterna esperança
by me ana

rasgos de alma

(imagem Net)

Hoje mais do que nunca sinto esta dor
queimar o peito, abrupta rouba-me o desejo
entorpece-me a alma deixando-me nua

o que existe aqui dentro
é muito mais que um simples
desalento,
é dor, é tristeza, é um céu cinzento
que me deixa louca de não te imaginar,

tento esquecer
tento não te ver,
tento a qualquer custo
mentir-me,
mas nada resolve
porque este amor
é mais forte
que a minha triste sorte,

não sei viver sem o teu sorriso
não sei estender a mão
não sei acordar
a lua sem ti não tem cor
entristeceu o meu olhar....
by ME ANA

Te he querido tanto

perdi-me


imagem da NET

Perdi-me

nesta imensidão neste labirinto
perdi-me...
nos desejos, nas vontades
no olhar.....
perdi-me...
dentro do meu próprio peito
perdi-me...
sem jeito num bosque de ilusões
enquanto por ti buscava
perdi-me...
com esse brilho que me ofuscava
perdi-me...
nos diálogos, nas palavras
nos gestos, nas ternuras
e, sem enxergar a verdade
perdi-me....
nesta cegueira de verdade...

dentro do meu peito agora procuro
com calma todas as razões
aquelas que meu coração não
deixou ou quis ver,
enquanto por ti procurava
esqueci de viver,
perdi-me....

vacilei entre a vontade e o desejo
da verdade, ilusão de diálogos
brincadeiras, falsos afagos
embalei este sonho
como quem embala uma criança
utopia de meias verdades
balancei nos teus abraços
falsos embalos de quem
muito deseja e nada vê...

perdi-me...
enquanto segurava a lanterna
enquanto o luar fingia que me beijava.
e eu de olhos postos em ti
segurava o tempo, que fingia
olhar para mim...

perdi-me...
no avançar dos dias,
em que nada te perguntava
afinal, não necessitava
dentro da minha solidão
o teu sorriso bastava,

mais uma vez me perdi,
querendo não ver este exagero
de vontade, onde apenas
restaram escombros de falsas verdades,

perdi-me...
de encanto, doçura, brandura,
tal conto de princesas
perdi-me...
na tua voz quase madura,
nas minhas inseguranças
nos minutos, nos momentos
nas luzes, nas emoções
perdi-me...
por todas e quaisquer razões

perdi-me de amor
por quem não merecia
porque dentro de seu peito
o amor não condiz
apenas se diz....
sem qualquer preceito...
perdi-me...então por que quis...
BY ME ANA
2010-12-08

SOBREVIVÊNCIA

( imagem da Net)

SOBREVIVÊNCIA
As passadas apressadas acorrentam
os sonhos que com o nascer da madrugada
ficaram por acontecer..

esgueira-se na paisagem morta
sem luz, sem alma, onde se confunde
a cadência dos sonhos e os gritos
que chicoteiam o olhar
entre um momento e outro
as vozes ecoam sem timbre
regando a memória de tanta história,

borrões ancorados que copiosamente
cantam as insanidades sentidas
tragos que nascem dentro de um corpo
debilitado pela crueldade da vida,

dentro da calmaria do dia
deseja-se que os deuses se revoltem
para sair de dentro de uma escuridão
que aterroriza a mente,
flashes, clarões, raios arrancados
de um beco sem saída
que teima em se fazer sentir,
quando os pés já cansados
pisam sem sentir cada poça
de esperança quase morta,

a força inexistente paira sobre
o desejo permente de agir,
lutando ferozmente para que o sol
brilhe e se faça sentir
nesta passagem estreita
de um caminho lúgubre
em que as veias sangram
gritando bem alto na sua agonia,

estamos vivas neste circulo
de fogo interno, entregues
à própria sorte de uma mão fria
e calculista que quase em segredo
arranca em golpes profundos
a imensidão dos desesperos
extirpando o pouco que resta
o corpo já sem força rasteja
suplicando paz....
numa última tentativa
de sobrevivência....
by me ANA
2010-12-08

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

INDIFERENÇAS


INDIFERENÇAS

Sentei-me à mesa com a indiferença
colhi de forma cruel o mel que plantei
almocei com a dor as minhas vísceras
defuntas da podridão deste mundo
negro com sabor a fel.....

no fundo acreditei copiosamente,
nem por um momento duvidei
o coração afagou cada palavra
sentido as gotas uma a uma,
bebi-as porque simplesmente
quis embrulhar-me na leve
sensação de voltar a sorrir,

engano meu, afinal era só
o que queria mesmo ouvir,
porque a cegueira não deixou
enxergar a realidade, dura e feia,
fazia disparar o coração
querendo beijar cada palavra
que triste ilusão....

os olhos cobiçaram meias verdades,
a destreza desfez-se dando lugar
à mentira, fazendo com que as asas
carregadas de pó não conseguissem
bater a compasso, o alimento
não chegou e a ampulheta parou...

intempéries de uma vida
rodeadas de pequeninas fagulhas
que de tão pequenas
não conseguiram dar labareda,
o fogo morreu ou mesmo
nunca nasceu....
sofrimentos...desassossegos
medos....não sei!!
apenas sei que as lágrimas
inudam o coração
não deixando espaço, nem alimento
morro dentro de mim...
by me ANA

Lionel Richie - Piece Of Love

INCOMPLITUDES DA VIDA...


INCOMPLITUDES DA VIDA...

Houve um tempo em que sonhei
enquanto dormia meu corpo
preso na ilusão do dia a dia
saltitava, rodopiando de alegria,

houve um tempo em que as lágrimas
secaram, deixando-me de fazer
companhia, lá no fundo, bem no fundo
gostava de as sentir, aqueciam
o rosto tantas vezes acabado de parir,

morri de saudades, fingi felicidades,
engoli meias verdades,
porque nesses momentos de dores
e ilusões o coração estava lá,

houve um tempo em que as saudades
se bebiam em cada entardecer,
e eu fazia por não adormecer
de tanto gostar de te encontrar,
a luz invadia o meu coração
fazia o olhar pular de ilusão,
dentro do silêncio que carcomia
a sede que se embrulhava
na passagem de uma efémera felicidade...

num estalar de dedos
tudo virou tempestade,
os sonhos cairam no abismo
as estradas deixaram de aparecer
as noites ficaram longas de mais
a esperança morreu
e a ilusão não voltou mais
morreu ela também,

restaram os profundos silêncios,
a dor que ninguém sente
e que sem parar tal como o relógio
do tempo, bate os ponteiros sem se importar,

é incrível como ninguém se incomoda
é como se uma folha tivesse caído,
todos passam e ninguém olha,
pisam-na, pensando que não sente
mas engano tamanho,
porque a alma pisada também grita
e a vida também se estreita
dentro das suas incomplitudes
o que hoje é certo
amanhã o vento sopra forte e leva,
as esperanças podem ser singelas
mas são as únicas que me separam
do abismo que teima em aparecer
que invade a alma,
tentando roubar-me a calma,
saboreio cada momento
mesmo sabendo que o desencanto
vai rolando dentro desta roleta
que mais não é que a nossa vida
vivida ao segundo no fio
da nossa navalha....
by ME ANA
2010-12-07

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

À BEIRA DO ABISMO


Escorrego com o mundo

Sempre deixei a vida passar por mim
houve vezes que imaginei que ….
por momentos um dia também eu por ela passaria,
iludi-me neste seu passar, absurdo pensar,
sofri, enxovalhos, não gritei,
enrolei os pensamentos, brinquei
por momentos pensei que seria …..
engano...talvez!!!!
mas como a vida não pára
senti-me palhaço no ringue,
frete jogado nos dedos alheios,
num piscar de olhos, senti
o mundo fugir, socar-me para me afligir
hoje sinto-me um trapo
confesso...
ridícula dentro de uma pele
mais parecendo que fedo
ou tenho peste....sinto vergonha
de ser quem sou....
de ter gostado,
de também um dia ter sonhado...
sinto o mundo escorregar,
sinto que com ele vou indo devagar,
nada mais tenho para me agarrar
Infame este meu pensar...
não me importa...porque por dentro
estou mais que morta....
By me ana
2010-12-06

domingo, 5 de dezembro de 2010

porquê....


Aqui, onde tudo parece fácil
onde os dedos sem controlo
tendem a escrever o que o coração dita
perdendo a noção do tempo e da razão,

aqui, onde a memória
se molha por entre brumas
de desamores, sepultando
as razões, que sem razão
aparente levaram as palavras,

sem vaidade me curvo
na esperança de entender
basta uma palavra apenas
para poder descansar
sem que o coração doa,

aqui, por entre estrelas
contei meus segredos
toquei a lua
bebi a tristeza
sonhei sobre a vida
e meu mundo
desmonerou....
porque aqui
ganhei e perdi
a coisa que mais
eu prezava....

by me ANA

AQUI ESTOU EU...


Aqui estou eu...

É duro, difícil
tão difícil tentar ignorar
fingir...

falo com as minhas entranhas,
falo da experiência da vida,
falo desta tristeza
desmedida
sentida,

falo...simplesmente tento
entender onde falhei,

sinto o frio corroer os ossos,
percorrer o corpo quente
distorcer-me as entranhas
como se quisesse arrancar
as lembranças,
debato-me entre a lucidez
das palavras e a dor,

deito a cabeça na almofada
na esperança de conseguir
esquecer....esquecendo...
paraliso a memória,
esfrego os dedos frios
espreito dentro da almofada
respiro....
desejando não respirar,
querendo que o mundo parasse
e me dissesse onde errei!!
o que fiz!!...queria apenas uma resposta
simples, mas que desse sentido
a esta cabeça...

são dias e dias de desespero,
em que a força da razão
não condiz com a emoção,
deixando morrer aos poucos
as flores que habitavam cá dentro,
não consigo separar o sentido e a memória
ambos foram pisados abruptamente
ambos queimam dentro das veias
irreverentes ao meu querer,

sofro....sofro neste sentir árido
do meu próprio querer
sofro por não entender
tamanho abandono
sofro...ficando patética
neste sofrer,

ondulando entre o estado racional
e irracional,
uma panóplia de sentimentos
que me assustam,

está frio e vento,
enrosco-me mais uma vez
na esperança de voltar a ver
o sorriso que me foi roubado
por não saber viver
por entre farsas, maldades
dissimulações de falsos
afectos.....
parece que nada vale o esforço
mas.....permito-me ….ficar...
by me ANA
2010-12-05

LAÇOS...DISSABORES



LAÇOS....DISSABORES..

Indiferenças, abandonos, solidões,
enquanto penso em cada uma delas
aqueço as mãos, as mesmas que
lutam desesperadamente para
não sentir o fogo que queima
provocado pela ilusão da vida,

lá fora o vento sopra, faz frio,
cá dentro queria sentir o mesmo,
queria simplesmente
não sentir emoções,
não saber chorar,
não me doer, quando alguém
se esquece que somos apenas
gente....

houve um tempo em que acreditei,
até por momentos cavalguei nas nuvens
estendi mantos de estrelas
agarrei luas,
caminhei....simplesmente,
uma caminhada leve, calma e pura....

mas depois...há sempre um depois
vieram os abandonos,
as mentiras, as falsidades
nem tão pouco seriam meias verdades
transformações ….talvez!!
mas... cá dentro, sim cá dentro de mim
nada mudou, a emoção da ilusão
também ficou...
herança do meu ser...talvez!!

quando penso...sinto,
e nesse sentir espreita
uma lágrima teimosa,
não de desgosto, apenas
escorrega pelo rosto
lembrando que afinal
continuo a sentir,
a sonhar e quem sabe
talvez outro dia nasça
e volte a tentar de novo
volte a acreditar.....
by me ANA

sábado, 4 de dezembro de 2010

o azul do céu

(imagem da net)

olhando o azul do céu

Com
o olhar raso de água
espreitei
o azul do céu,
por momentos
desejei
encontrar todas as respostas
desejei
que ele me olhasse
e
respondesse ….
deixei-as rolar,
sentindo
o seu queimar....
queria
não as sentir
apenas
queria ver
o céu pintado de azul
fazer
parte do seu
infinito
grudar naquela nuvem
de afectos,
sentindo
que ainda sou
gente
pedaço de universo....
tinta, força, palavra
forma, sopro
corpo,
queria sentir o tudo
e
o nada
sentir que estar viva
vale a pena
porque nesta dança
eu perdi o par....
BY ME ANA

OLHOS VENDADOS



OLHOS VENDADOS..

Eu quis sentir, ver olhar
bem de frente,
ser calor, mesmo sem sol,
soltar os braços
dando a sentir
os abraços,
passar pela multidão
sendo cordão,

ouve dias em que soltei
as amarras, deixei transparecer
todas as mágoas,
soltei os tigres
deixei-os percorrer o meu
jardim,
na ilusão de não sentir
todos estes ais,

serei culpada por este sentir
neste jorrar de emoções,
nas falhas dos meus sonhos
nas ilusões,

ocuparam este meu ser,
floriram quando sem querer
o amor nasceu,
enraizaram o olhar
mas como sem terra
as flores não se dão
este amor também
morreu....

indiferentes, as pessoas
continuam a sua caminhada
dando toques na alvorada,
tropeçando nesta raiz
que já seca
deixa cair as folhas
que ainda teimavam
em se manter nos frágeis
galhos,

todos estão tão ocupados
que não conseguem
ver a mesa montada,
o jantar já frio,
as emoções mortas
e o sol que não aquece....
by me ANA

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

DECIDIDAMENTE


DECIDIAMENTE

Gostava de poder decididamente
não sentir...
de vestir-me de outro
EU...
ter egos,
para poder viver
com a calma de outras
gentes,
ver paisagens, sem sentir
poder simplesmente
omitir,
assim...quem sabe
se não sofreria,
apenas olhava à superfície
não correria seiva
nas veias,
não me revelaria
deixando a imagem
desfocada de mulher
insana, que se apavora
sofrendo...
por se revelar sem contento
fazendo uns e outros
de si esnobar....

tentei desfolhar-me,
juro que tentei,
tentei ser outra de mim
ser paisagem
sem ser jardim,

mas de que serviu,
se cá dentro
vivo intensamente,
e quando as lágrimas
sem controlo me fogem
queimando o rosto
sei o seu gosto,

não me peçam para fingir
porque cá dentro...
mora a doçura,
e mesmo ferindo a alma
prefiro manter a ludicidade
e a brandura de criança,
que me embala e pulsa
com todo o sabor,
o mesmo que beijo
sentindo este amor....
By me Ana

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ESTA NOITE...


Esta noite

belisquei-me para sentir dor
sentir que estava viva por dentro

belisquei-me para sentir
que ainda era eu...

não doeu,
e por momentos senti
que morri,
o olhar turvou
o sorriso terminou
gritei e a voz não ouvi

esta noite

vou expurgar o coração
arrancar toda e qualquer
ilusão,
vou fechar a porta
bater as janelas
e fugir com todos os sonhos

vou embrulha-los em papel
pardo
para que não cheirem o jardim
vou fecha-los a sete chaves
para que nunca mais fujam de mim

esta noite

no silêncio dos meus ais
para sempre vou ficar....
by me ANA

sonhar em ser gente....


SONHAR EM SER GENTE

Quando sonhamos que somos gente
quando essa ousadia nos passa pela cabeça
depressa vem o vento soprando
em tom de escárnio e nos diz
bem de frente...
sonhas-te em ser gente
mas gente é diferente
e gente não és com certeza....

mendiga de sonhos!! talvez!
pedaço de sobra...lixo
que todos empurram
cospem e deitam fora...

delinquente sem braços
flor amputada, espécie de ser
relva que nem serve para comer....

brincando com os sonhos
fogo irreal, que todos
cospem quando sabe mal...

guerras perdidas dentro de um mundo
cruel....que de tudo faz para satisfazer
a própria pele....
esquecendo que existem flores por plantar
jardins por adubar ….vidas amputadas
que dentro dos seus jogos
não sobrevivem....morrem
num entrelaçar de vidas....
by me Ana