(imagem retirada da net)
EXISTÊNCIA
Depois do desencanto,
do desamor,
da angústia,
do desencontro,
depois de tanto pranto,
restam sobras, húmidas
de um olhar frio,
sem cor, acutilante,
onde frescas carumas
seduzem num bambolear
desconcertante...
o corpo,
desalinha-se
em doces volúpias,
onde a tristeza
não tem lugar,
deixando escorrer
o tempo, que alheio
se vai fechando
em contratempo,
beliscando aqui e ali
as mesmas sobras
que sem remorsos
apunhalam o coração
num sobrepor de lucidez
e razão...
o circulo fecha-se,
enquanto sem compaixão
se exorciza o pensamento
dentro de uma existência,
vazia, fria e calculista
deixando-se a dignidade lá fora,
recolhe-se os restos
mutilados pelo tempo,
já sem graça
juntam-se os cacos,
e, finge-se....finge-se
que ainda arde
dentro do peito a esperança
que num gotejar burlesco
nos vai endurecendo a vida!
By me ANA
2011/10/28
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