A intenção da escrita e publicação de textos...fazendo ao mesmo tempo com que os sonhos e fantasias nunca sejam esquecidos....
PARTE DE MIM....
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
DISTÂNCIA
Distância
chamo por teu nome em silêncio
não vás!
Fica comigo, nesta estrada que piso
não vás!
Sente a angústia do meu coração
quando te vejo partir
e outras vezes te espero em vão..
não vás! Espera!
Quero ver o teu olhar,
sentir o teu abraçar,
a macieza das tuas mãos
quando em silêncio tocam as minhas,
sinto medo quando partes,
os soluços engolidos em silêncio
parecem os pequenos ramos
das árvores que quebram com o vento,
não vás!
Em cada gesto meu
existo um afago por dar,
um beijo que rebenta
no silêncio da casa vazia,
na ausência do calor,
na melancolia de vida
vivida em mais um dia...
espreito pela velha janela
que se incrusta na pele
em cada longa espera,
doendo como se fosse a primeira vez,
por entre hesitações
e falsas ilusões,
porque não te sei pedir
que fiques...
...e me abraces sem que o tempo
me fustigue o pensamento,
distância
de momentos,
de ilusões perdidas,
de sentimentos,
de tantos medos
que penetram a garganta
num arremesso de sofrimento
ou coragem,
já não sei se as lágrimas vertidas
choram a tua ausência,
ou a minha,
faço um esforço
para não sentir
imaginando o cheiro do jasmim
que tantas vezes chama por mim....
aqui estou....esperando por um dia qualquer
aquele,
em que me ouvirás
sem medo
e a nossa distância
se toque sem segredo!
By me ANA
2011/09/30
terça-feira, 27 de setembro de 2011
ESCREVO-ME
ESCREVO-ME
Fiz intervalo nos pensamentos,
são tantas as vezes que me escrevo
que quase perco a noção
onde inicia a realidade
e onde termina a verdade...
escrevo-me,
pelos defeitos
que sem jeito persistem
na caminhada do tempo
daquele parecer
onde o começo
não tem fim,
escrevo-me,
quando penso em ti
e de tanto te querer
sinto-te dentro de mim...
quando a aurora desperta
e neste meu jeito tosco
enrolo as palavras na garganta
sem norte,
tateando aqui e acolá,
entre esperas sem sentido,
revivo
a pele amarrotada
em cada dia mais,
escrevo-me....
….escrevendo-te,
alinhando as palavras
colocando em cada letra
aquele sentimento
rosáceo, firme
de quem tem todo o tempo
do mundo,
engano-me
para não sentir
desespero
assim....neste transpor
papagueio em silêncio,
escrevo-me,
sem pudor ou dor,
lentamente acaricio
este sentimento
que se serve das minhas entranhas
sem dó nem piedade,
escrevo-me,
porque só assim acalmo
este silêncio
que me devora
transformando as horas
em pequenas flores
que plantam o meu jardim
assim....escrevo-me...escrevendo-te
nestas letras sem fim...
by me ANA
2011/09/27
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sinto
sinto o ontem
amo o hoje
espero pelo amanhã
numa premissa de tempo
quedo
em cada anoitecer
fortaleço-me
em cada amanhecer
quando a fina aragem
me vem beijar
em cada deitar
medito
engulo os pensamentos
quando me doem
amo sem tempo
porque o tempo
me devora
e nesse devorar
quase me deixa
sem espaço
para pensar
espero
cada novo dia
como se fosse o último
beijo-o
bem devagarinho
sinto a roupagem
escorrer
quando me encolho
para o novo
dia nascer
sou tudo e nada
sinto tudo e nada
vivo de tudo
e de nadas
pedaços de tempo
memórias
histórias
recordações
que o tempo
ainda não apagou
olho
e nesse olhar
transporto o prazer
de poder ainda amar
sou....
BY ME ANA
2011/09/26
REGRESSO
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
ESTILHAÇOS DA VIDA
terça-feira, 13 de setembro de 2011
NOITE....
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Na noite...descalça
domingo, 11 de setembro de 2011
ESCAVEI NA PEDRA O TEU NOME
sábado, 10 de setembro de 2011
...E NÓS
É Sábado...
No pico da verdade
está um silêncio profundo,
lá fora ouço as pequenas gotas
que brincam na vidraça,
manhã de sábado
um daqueles dias em que
o corpo se estreita
entre a saudade,
a preguiça
e alguma verdade,
estico os braços
e num recostar de cabeça
dezenas de imagens
percorrem o pensamento,
algumas velhas amigas
outras....bem frescas,
chega até mim
em jeito provocante
um cheiro a café
e a pão acabado de fazer,
espreguiço-me,
quase que hesito entre
esta preguiça que me percorre o corpo,
e, as fragrâncias que percorrem
a casa em jeito provocador,
por momentos vasculho
nas velhas prateleiras
lembranças de menina,
aquelas que tão bem me sabem,
algumas já não existem
com o tempo perderam a validade
outras as traças roeram...
ajeito o corpo na cadeira,
espreitando pela janela
colo a face nela,
há momentos únicos
só nossos...
aqueles que se escondem
por debaixo da pele
e antes que o dia avance
decidi relembrá-los
saboreando um pouco
de café....
lá fora o dia avança,
enquanto espreito pela janela
o “velho” desce a rua
cheio de esperança,
nisto ouço uma fresca
gargalhada....
dois mundos se tocam,
o sorriso da criança
carregado de inocência
e o do “velho”
que na sua leve passada
o afaga...
é sábado ….solto um pulo,
estico o pensamento
enquanto flutuo ….
nesta parca vontade,
sonho acordada...eu sei
mas são estes sonhos
que me fazem viver
florindo os dias que
bailam dentro de mim...
by me ANA
2011/09/10
(imagem retirada da net)
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
ULTIMA DANÇA
Ultima dança
O meu peito grita
num rasgar de pele,
ajeita-se na noite
quando a lembrança
espreita
e quase sem dar por conta
deixo escapar
um terno olhar
de encontro ao seu,
toco-lhe...
deixando os meus dedos
rodopiarem
em doces piruetas,
falam entre eles
contando-me os seus segredos,
a noite vai longa
sobrepondo-se
à imaginação,
lentamente deixo-os cair
numa combinação perfeita
arabescos que me sustentam
a vontade
e num balancé
deixo o corpo descair
funde-se a vontade
com a verdade
apago a luz
e sonho.....
em contratempo,,,
by me ANA
2011/09/09
(imagem retirada da net)
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
desejos escondidos
Desejos escondidos
na tua ausência os meus olhos dançam
nos recônditos desejos da minha alma,
desejos repartidos onde os rios desaguam,
a água refresca a boca ressequida e febril
e a face se contorce em leves espasmos
amorangando a fina e doce tez....
quando a noite chega,
esqueço-me quem sou,
desnudo o pensamento
e deixo-me levar...
...caindo no aconchego
dos teus dedos...
nas horas dos silêncios,
debruço-me no teu corpo
invento-te em segredo,
arrancando das minhas entranhas
este desejo que me mata
deixando-me prisioneira
de ti....
num tecer de vontade
escavo um cansaço
em forma de grito abafado,
redobrando a procura
desejos,
promessas esquecidas
servidas em bandejas...
...frias
onde o cansaço ganha forma
esvaziando a memória,
enrolo-me nos teus imaginados dedos
fechando a porta da razão,
porque de tanto imaginar
criei-te …
agora ...passeio-me
no teu corpo dando-lhe forma
e ouço a tua doce voz
dentro de mim,
aqueço o escuro ,
apago o fogo
vivo...redesenhando
o teu rosto
que o tempo me roubou,
já quase que não sinto os dedos,
estão cansados de tanto rabiscar,
mas não desisto
deste profundo desejo
de um dia te voltar a encontrar!
By me ANA
2011/09/08
(IMAGEM RETIRADA DA NET)
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
DESEJOS
Desejos
são tantos que por vezes se enrolam
quando caí a noite
e a cidade se enche de luz,
o meu olhar recolhe-se
e em silêncio suspira
deixando-se passear
nos teus dedos,
ali permaneço
sem nada te dizer
porque apenas o teu olhar
preciso de ter …
se te dissesse alguma palavra
para te descrever
não existiria vocabulário
para a traduzir
dentro do meu peito
exala o teu perfume
deixado nas noites
em que me abraçavas
não sei conter tantos desejos,
tantas palavras
que crescem e amadurecem
dentro do meu peito
embriagando-me
a cada noite que passa,
há um fogo
dentro do meu olhar
que se adensa
quando te imagino,
sem dares por isso
espreito-te
e roubo-te um beijo
em cada adormecer,
e assim permaneço
insegura,
onde a carne mantém
o desejo
e a sede não se mata
gosto-te...
…..seguramente....
mesmo que as salivas
não se unam
as faces não se rocem
o que sinto
vai muito mais além
do pensamento...
desejos....
by ,me ANA
2011/09/07
(IMAGEM RETIRADA DA NET)
terça-feira, 6 de setembro de 2011
FRIO
Senti frio,
abotoei o olhar
e deixei-me passear
pelas redondezas,
vasculhando o dia
nada de novo encontrei,
o corpo esfriou mais um pouco
cortando-me a razão
do pensamento,
esgueiro o olhar
para sentir o sabor do vento,
enquanto esfrego as mãos
tento humanizar este sentimento
que me esvazia a alma
deixando-me frágil,
com tudo, não volto atrás,
tudo o que vivi
está diante de mim
momentos que me açoitam
a memória,
em silêncio olho ao redor,
e...quando elevo a face
vejo-a....ali, serena sorrindo para mim,
num impulso deixo escapar
um pedido....talvez um desejo!
voltei a esfregar as mãos
agora um pouco mais frias,
encosto-as ao peito
enquanto me debruço
no vazio de mais um dia,
o corpo já cansado
não obedece
mais parece uma conspiração
eu....o frio...e a noite
clandestinos de um único pensamento...
…..lembranças ...
que vou costurando
para não deixar a memória
esfriar..
by me ANA
2011/09/06
(imagem retirada da net)
Queria adiar o que sinto
Talvez parar o tempo,
Ou quem sabe
Reviver a vida
Dentro de outro tempo
Não sabendo o que sei
Imaginando outras gentes,
Espaços limpos
Onde o amor
Cheirasse a verão,
E a solidão
Não tivesse rosto
Nem sabor,
Quem sabe
Se conseguisse vestir
O medo,
Transformando o segredo,
Pisando novo chão
Sem indecisões
Ou palavras vãs,
Onde a imaginação
Não murchasse,
e a vida
tivesse outro sentido,
já não sei
o que sinto,
apenas consigo
acordar
e… isso faz-me medo
de não conseguir
de novo espaço
para amar….
Solto as palavras
Que estão amarradas
a um passado presente,
Solto….
Tudo o que me vai
Na mente,
E nas horas das tristezas
Não consigo
Ter certezas…
Então… espreito os meus segredos
Na tentativa
De espantar
Os meus medos,
E tento voar
Mas as asas estão presas,
Caio em silêncio,
O mesmo que me envolve
Quando a noite
Também caí….
E assim permaneço
Com medo….
By me ANA
2011/09/06
domingo, 4 de setembro de 2011
ENTARDECEU
Entardeceu,
com ela o meu mundo
emudeceu
procurei-te por entre solstícios
de desejos,
luas cheias
de paixões,
caminhei pelas ruelas,
subi e desci
todas as minhas
emoções,
fui até ao horizonte
lá deixei o meu olhar,
procurei-te
no fundo do meu mar,
deitei-me em camas
de escamas,
beijei o sol
antes que a lua
o devorasse,
afoguei as magoas
enquanto a tarde
se passeava
bebi a saudade
segurando a dura verdade....
não te encontrei
virei a esquina
sem receio
porque hoje ….não te vi
mas do mundo
não desisti,
irei voltar
ao sabor da maresia
e por ti procurar
um e outro dia...
entardeceu....
entre a linha e a razão
talvez...quando menos esperar
me cruzarei com o teu olhar...
Amanhã! Talvez!
E assim o meu mundo
se agita uma e outra vez!
2011/09/04
by me ANA
(imagem de A.Bárbara)
sábado, 3 de setembro de 2011
SERENO...DENTRO E MIM
SERENO DENTRO DE MIM
Sonhando tolices
enquanto imagino os cheiros
e a pele se transforma
deixando-me emocionada,
o choro prende-se na garganta
a memória torna-se clandestina
retrocedendo ao tempo de menina...
o vento sopra,
a chuva chama-me
a vida assim vai passando
com gosto de maresia,
caminho devagar
porque o tempo não pára,
sigo o rasto da imaginação
molhando os pés numa água límpida
enquanto o corpo se enrola na onda
tornando invisível as marcas...
sem mistérios
pulsa em mim uma transparência
que me desnuda,
as carícias do vento
deixam-me indecisa,
abrindo o regaço
onde todas as noites
espero o cair das estrelas,
gosto de imaginar
a chegada da madrugada,
o nascer de um novo dia,
gosto do sabor do beijo
enquanto durmo...
acomodo-me dentro do espaço
o mesmo que me deixa viajar
enquanto te sonho
e os sonhos
me deixam assim....
abro a porta do pensamento
deixo entrar a lua,
dou asas à imaginação
sentindo-me tua!
sereno...dentro de mim!
By me ANA
2011/09/03
(imagem retirada da net)
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
quando a porta se fecha
Tudo se transforma
O olhar ganha forma
A vida desenluta
E o tempo agita-se,
Por momentos,
fica a saudade
De alguém,
De um sitio,
Até da meia verdade,
Do lado de fora
Mora outra cidade,
Substitui-se o medo,
Transformam-se os segredos,
Contam-se os amores
Desfolham-se pequenas flores…
Vive-se ao contrário,
Inverte-se o mundo
Metemo-lo dentro de um copo
Bem fundo,
Acredita-se no amanhã
Esquecendo-se o hoje,
Ganha-se coragem,
Liberta-se o ego
Vivem-se sonhos
Ama-se em silêncio…
Ingenuamente…ou talvez não
Abre-se o coração!
Quando a porta se fecha,
Ergue-se o pensamento
Distrai-se o corpo
Suja-se a mente,
Os lábios coram
O corpo sua…
A alma aquece
E o coração da gente
Engrandece,
Quando a porta se fecha
Sou eu…
Não importa se doeu
Se a carne se rasgou
Porque …
Quando a porta se fecha
Não finjo…
Agarro-te com ganas
De quem ama!
E nesses momentos
Esqueço a vida lá fora
By me ANA
2011/09/02