Aquela vontade ...de partir
Há em mim uma vontade
de...partir,
uma fronteira que se divide
a cada anoitecer
sufocada pela macieza
da almofada que serve de conselheira,
parte de mim
escuta as conversas,
os desejos,
sem tomar partido
por vezes dá conselhos,
é um espevitar de vida,
a outra,
menos conselheira
rasga o olhar
tornando-me guerreira,
vontades sonhadas
sem palavras,
sem gestos mecanizados,
contrariedades ritmadas
que nunca souberam gatinhar
apenas ….cresceram....
por vezes é difícil
com elas conviver,
são desafios constantes,
fragmentos de um reino
sem qualquer coroa,
mas que navegam na proa
do mesmo barco...
surgem conversas, diálogos, desafios,
e...na vontade de partir
fica aquele desafio,
aquela brisa marinha
de fim de tarde,
fica o cheiro da meia verdade....
confrontos de pensamentos
divisões de olhares,
terrenos baldios enfaixados
num corpo sem alma,
também existem as árvores,
as ervas daninhas,
as pequena poças
onde chapinham as lágrimas
em dia de chuva
naquela vontade
que sempre perdura...
a melancolia, que sem saber
se entrega nos braços
de uma e outra noite
como se fosse prostituta
sem rumo...
e, quando se aproxima a aurora
a vontade parte,
colando os dois lados, incorpora
desenhando pequenas formas
que se transformam
em letras,
e dessas letras nascem
desejos,
e dos desejos
nascem vontades vivas,
sem direito a despedidas....
o corpo volta a amar-se
sorri,
voltando à verdadeira essência
que é a vida!
By me ANA
2012/04/16
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