SOMETIMES

(imagem retirada da net)
SOMETIMES

O corpo não sente o mesmo que a mente
a mente desmente o que o corpo sente
ambos caminham lado a lado
pelo meio entra a alma parceria perfeita
junção, laços inconstantes que medram
naquele travesseiro que tantas vezes serve de conselheiro,

as trajectórias ficam difusas
quando a mente inconsciente
Mente em silêncio, devorando
a ilusão e sem saber cria aquela migalha
que sem exageros ou consequências
tantas vezes voa, devorando o corpo,

oceanos de prazer outrora imaginados
escorrem neste corpo aninhado
em jeito de esperas alternando
na mansidão as inquietudes, gula, prazer
todos se devoram enquanto esperam
o novo anoitecer...aí, tudo se transforma,
a mente desmente, as esperas sentem-se
e a alma da gente rodopia em leves passos de valsa...

quase que se toca a lua beijando de novo a almofada
e os lençois desalinhados espelham a alma
num amarrotar de calma
enquanto o corpo desliza sob o efeito da lua,
laços de indecências partilhados
lado a lado nas horas vazias
em que me perco e não penso,
apenas entrelaço o corpo a mente e a alma
sem reclamações bebendo-as com toda a calma
by ME ANA
2011/07/28