Adormeço numa embriaguez
que me entorpece
não deixa nódoa
mas fere,
não fere a carne,
nem tão pouco deixa visível
as mossas que vai fazendo,
fere,
quando se adensa
e...num fundir
sem iguarias
se transforma em fel
deixando um travo amargo,
quase sempre
peço para não a sentir,
mas ela...faz questão
de se mostrar
ajeitando-se em cada estar,
aos poucos vai arrancando
o mel ,
as sobras vão dando sinal,
ainda sinto o quente
escorrer pela face,
sem saber o porquê
ou não querendo
apenas ver
para ela não me fazer adormecer,
está um dia cinzento,
não sinto a diferença
quando espreito pela janela
e ela, a chuva escorrega
de mansinho...
apenas sinto um alivio de alma
que me deixa um pouco mais calma,
mas nem por isso
deixo de sentir
o ferir que vai cá dentro,
é que de tanto te esperar
adormeci,
e nesse adormecer
a ilusão voltou
deixando de fora
o sentimento....
ficando as sobras
de mais um dia
em que livre voo no meu
pensamento....em tom de blue
by ME ANA
2011/08/20
(imagem retirada da net)
2 comentários:
Parabéns Paula,
Estou de veras (surpreendido) e muito feliz com a expressividade e fluidez com que põe a nu o seu talento na poesia.
Tem aqui um fã incondicional.
Beijinhos
Falcão da Montanha
Obrigado, seja bem vindo ao meu pequeno canto onde exponho as letras que vão surgindo nas pontas dos dedos e dando forma a este espaço....
um beijinho tb Sr.Zé!
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